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Diário de bordo

Relatos para que esses erros NÃO se repitam.

Baseados em casos reais.



Segunda- feira, mas um dia comum dentro do consultório e, logo pela manhã, um dos relatos mais frequentes (infelizmente), em que uma mãe angustiada relata o início da jornada da sua família e, principalmente do filho, hoje com 6 anos, mas que foi diagnósticado autista aos 2 anos e 6 meses.

Pois bem... essa família veio para São Paulo em busca de um intensivo que favoreça a qualidade da comunicação por meio da fala, comprometida por um segundo diagnóstico – o de APRAXIA DE FALA NA INFÂNCIA.  Lugar de origem da família? “Algum lugar do Norte do país” – vou descrever assim. Veja bem... aqui falo de uma família que consegue oferecer um tratamento de qualidade para o filho, que se priva de coisas pessoais e de tempo, para procurar em outro lugar um tratamento que ainda não está disponível na sua cidade (sabemos que a realidade do nosso país é muito diferente entre as regiões, principalmente, as condições socioeconômicas). No entanto, o que chamou a atenção durante a entrevista inicial, foi o seguinte relato:

“Assim que recebemos o diagnóstico, nossa vida mudou completamente. Viajamos para outros lugares, escutamos três, quatro, cinco opiniões diferentes, e chegamos à certeza do diagnóstico, mesmo já sabendo que era o TEA mesmo. Então encontramos um profissional maravilhoso!!”.  

Este profissional que residia em uma região oposta ao da família, acolheu, orientou e fez todas as “melhores supervisões e intervenções” para o desenvolvimento do garoto. MAS orientou a família que o garoto NÃO precisava de fonoaudiólogo, nem de terapia ocupacional ou de qualquer terapia motora...e assim foi até os 5 anos! Esse mesmo profissional, teve a postura de avaliar a estrutura miofuncional orofacial do paciente, afirmar que “ele ia falar” (e falou!), mas não encaminhou para o fonoaudiólogo. E por causa disso, hoje temos um garoto com alterações importantíssimas na produção de fala, compatível com o quadro de Apraxia e também de disartria, mas que poderia ter recebido a intervenção adequada desde o início. Este mesmo profissional (que não é o fonoaudiólogo!) também trabalhou com a mastigação (oi?) e teve a “competência” de dizer que o menino não possuía alterações que impactassem a fala.


Deixo aqui alguns pontos:

- Quem toca no rosto do paciente e avalia todas as habilidades relacionadas a musculatura orofacial (mastigação, deglutição, fala / ausência de fala, aptidão motora da musculatura facial - práxis, fonação, a capacidade de produzir a voz e sustentar a produção da fala, a prosódia – “musicalidade” da fala e a força das estruturas da face (mandíbula, lábios, língua e bochechas) É O FONOAUDIOLOGO! Não o tio do mercado ou o engenheiro.

- O cerne do transtorno do espectro autista é a comunicação social. Se a comunicação é o primeiro sinal de alerta, procure um profissional habilitado para este trabalho – O FONOAUDIÓLOGO.

- Não existe cura ou intervenções milagrosas, infelizmente. Fuja de quem faz promessas.

- Nunca nivele um paciente por baixo! Olhe sempre para as potencialidades e faça destas a base da sua intervenção.

E a última sugestão: SEMPRE PROCURE O CURRICULO LATTES DO FUTURO TERAPEUTA DO SEU FILHO! O NÚMERO DE REGISTRO NOS CONSELHOS DA PROFISSÃO (psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais...). E se você é uma mãe ou um pai: procure por mais de uma opinião.


Compartilhe esse texto se você conhece alguém que precisa dessas informações.

Se você passou por algo assim ou tem dúvidas, comente aqui. Assim que possível, nós o responderemos.



Atenciosamente,


Fonoaudiólogas Ana Luiza e Ligia Ribas.

 

 

 


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